Redação

Na esteira de um incidente trágico que abalou não apenas os tutores de animais, mas também a opinião pública, a Defensoria Pública de Mato Grosso (DPMT) tomou uma medida enérgica nesta segunda-feira (6). O órgão ingressou com uma ação pública por danos morais no valor de R$ 10 milhões contra a empresa Gol Linhas Aéreas, além de pleitear a suspensão de todo o transporte de animais pela Gollog por prazo indeterminado. O motivo: a morte do cachorro Joca durante um transporte aéreo da companhia.

O defensor responsável pela ação, Willian Zuqueti, está exigindo que a empresa apresente à Justiça um relatório minucioso sobre a falha operacional que resultou na morte de Joca, bem como o protocolo de segurança que será implementado caso a atividade seja retomada.

O caso que desencadeou essa ação teve como vítima Joca, um cachorro que deveria ser transportado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, a 480 km de Cuiabá. Contudo, por um erro da empresa, o animal foi colocado em um avião com destino a Fortaleza, no Ceará. Após uma série de desvios, Joca retornou a Guarulhos, onde seu tutor o encontrou sem vida.

Para a Defensoria Pública, essa ação busca não apenas reparação, mas também enviar uma mensagem clara de que incidentes dessa natureza são inaceitáveis e exigem medidas concretas para evitar sua repetição.

É importante ressaltar que a DPMT não está representando apenas os interesses de João Fantazzini, tutor de Joca, mas sim os direitos de todos os consumidores e, igualmente, dos animais.

João Fantazzini Júnior, tutor do cachorro falecido, expressou sua dor ao relatar que o mais angustiante é saber que Joca sofreu antes de morrer. O animal, um golden retriever de cinco anos, suportou condições extremas durante quase oito horas, enquanto deveria ter enfrentado apenas duas horas e meia de viagem, de acordo com um atestado veterinário apresentado à companhia aérea.

Em resposta ao ocorrido, a Gol Linhas Aéreas, por meio de nota, afirmou ter ficado surpresa com a morte de Joca, pois alega que o animal recebeu cuidados adequados de sua equipe em Fortaleza. Segundo a empresa, a morte ocorreu logo após o pouso em Guarulhos.

Diante dessa tragédia e da pressão da opinião pública, medidas estão sendo tomadas para melhorar o transporte de animais em voos. Uma reunião entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Ministério de Portos e Aeroportos e representantes de companhias aéreas definiu ações para garantir mais segurança e bem-estar aos animais transportados. Dentre essas medidas, destaca-se a realização de audiências públicas para revisar e aprimorar o transporte de animais em voos, bem como o lançamento de uma Política Nacional de Transporte Aéreo de Animais no primeiro semestre deste ano.